Polo moveleiro abre 1. 370 vagas
Complexo em Pinheiros e polo em Pedro Canário terão investimento de R$ 107 milhões
Complexo em Pinheiros e polo em Pedro Canário terão investimento de R$ 107 milhões
Pinheiros, município do extremo Norte capixaba, ganhará uma fábrica de MDF (painel produzido com fibras de madeira e resina), matéria-prima da indústria moveleira. O investimento, financiado por 48 empresários da região Norte do Estado, será de R$ 100 milhões. O início da operação está marcado para janeiro de 2015. Entre empregos diretos e indiretos, serão 1.370 postos. O protocolo de intenções foi assinado ontem no Palácio Anchieta.
A unidade terá capacidade para produzir 15 mil metros cúbicos de MDF por mês. Grande parte dessa produção irá para o Polo Moveleiro de Linhares, que tem uma demanda de 12 mil metros cúbicos de painéis por mês. A expectativa dos investidores é de que o MDF fabricado no Estado saia 10% mais em conta do que os que vêm de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, atuais fornecedores dos moveleiros capixabas.
Luis Cordeiro, presidente do Conselho de Administração da Placas do Brasil, disse que empresa já nasce de olho na primeira e na segunda ampliação. "O primeiro módulo terá 15 mil metros cúbicos de capacidade; no segundo, serão mais 15 mil metros; na terceira, podemos ampliar em mais 30 mil metros cúbicos. Tudo isso nos próximos 10 anos. Temos área (o terreno terá 600 mil metros quadrados) e mercado para isso", disse Cordeiro, que quer atender ao mercado nordestino já a partir do segundo momento.
Agregar valor também está na lista de prioridades. "Cerca de 20% de nossa produção serão de laminados, ou seja, acabamento. Vamos aproveitar o complexo gás-químico que será construído em Linhares", destacou Cordeiro, referindo-se à melamina (usado na produção de MDF) e ao ácido acético (matéria-prima de tintas e vernizes) que serão fabricados pelo complexo da Petrobras.
Logística
Além da fábrica de MDF, o pool de empresários investirá R$ 7 milhões na construção de um polo logístico moveleiro em Pedro Canário, município vizinho de Pinheiros.
O complexo, que receberá e enviará à fábrica a madeira usada no processo de fabricação do MDF e distribuirá à clientela a produção da unidade de Pinheiros, terá retroárea de 600 mil metros quadrados para as empresas moveleiras que quiserem instalar-se ali.
Novas áreas para desbravar
Políticos e empresários que participaram da assinatura do protocolo de intenções da Placas do Brasil exaltaram a ida da indústria para o extremo Norte do Estado. O governador Renato Casagrande era um dos que se mostrava muito satisfeito com a decisão. "Temos de brigar pela descentralização econômica do Espírito Santo. Vamos ajudar no que for necessário".
Marcos Guerra, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), foi outro a exaltar o lado social da decisão. "Não adianta ter um município rico e o entorno todo pobre. Vamos ajudar na formação de mão de obra".
Luis Cordeiro, presidente do conselho da Placas do Brasil, foi mais pragmático ao explicar a decisão de não construir a fábrica em Linhares, grande polo moveleiro do Estado.
"O metro quadrado em Linhares está caro. Além de precisarmos de grandes terrenos para logística e para a fábrica, precisamos de grandes áreas para a produção de madeira. São 28 mil metros cúbicos por mês de madeira".
Udison Brito Oliveira
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