segunda-feira, 16 de maio de 2011

Exílio lucrativo

Inconfidentes degredados na África conseguiram se reerguer atuando no comércio e na administração pública.

André Figueiredo Rodrigues

De acordo com a sentença proferida em abril de 1792, muitos dos principais envolvidos no movimento da Inconfidência Mineira foram condenados ao degredo na África, com exceção dos religiosos, enviados para conventos em Portugal. Alguns morreram assim que chegaram à África, como o poeta Alvarenga Peixoto, o contratador Domingos de Abreu Vieira e o médico Domingos Vidal de Barbosa Lage, mas outros tiveram no exílio a chance de recomeçar suas vidas. Os demais sentenciados ao degredo conseguiram se reerguer trabalhando no comércio ou ocupando cargos importantes na administração local, e alguns até se reintegraram à vida política brasileira.

O caso mais curioso ocorreu com o jurista e poeta Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810). Condenado ao degredo em Moçambique, ele recebeu tratamento especial assim que lá chegou: ficou hospedado na casa do ouvidor José da Costa Dias de Barros e foi nomeado Promotor do Juízo de Defuntos e Ausentes, cargo que exerceu de 1792 a 1805. Em 9 de maio de 1793, antes de completar seu primeiro ano no exílio, Gonzaga se casou com Juliana de Sousa Mascarenhas, filha do comerciante Alexandre Roberto Mascarenhas. Por ser o único advogado habilitado naquela colônia portuguesa, militou na profissão até seus últimos dias, tendo sido reconhecido em 1800, num documento coletivo que traz a assinatura do próprio inconfidente, como “uma das principais pessoas da cidade de Moçambique”.

Quem também prosperou no continente foi José Álvares Maciel (1761-1804), naturalista formado na Universidade de Coimbra. Assim que chegou a Angola, ele se tornou representante comercial dos negociantes da cidade de Luanda. Por conta de seus conhecimentos de ciências e mineração, foi designado pelo governador D. Miguel Antônio de Melo, em 1797, para descobrir jazidas e instalar uma fábrica de ferro em Golungo. Em março de 1800, com alguma improvisação e o auxílio de 134 escravos, a pequena siderúrgica começou a produzir ferro. Com os bons resultados obtidos, Maciel sugeriu que fossem recrutados trabalhadores em Minas Gerais para fazer o serviço de forma satisfatória. O empenho do inconfidente lhe rendeu elogios do próprio príncipe regente D. João.(...)

sábado, 14 de maio de 2011

  • É pejorativo chamar a conspiração de “inconfidência”?

    Luciano Figueiredo 

    Muitos recusam a designação “inconfidência” por estar imediatamente associada à ótica dos poderosos, da repressão e dos grupos que destroçaram os movimentos libertadores. É admitir que os conspiradores dos diversos cantos das Gerais cometeram um deslize ético condenável quando pretenderam libertar sua pátria. Usar esse termo, que neste contexto significa falta de fidelidade ao soberano ou ao Estado, é quase como assinar a sentença que condenou Tiradentes à morte.

    Por isso, não são poucos os que preferem “conjuração”, menos infensa a uma atitude politicamente incorreta. Conjurar, isto é, conspirar contra o governo ou autoridade estabelecida, tem mais dignidade. Uma transgressão libertária valoriza qualquer passado. As infidelidades, não. 

     Julgo que a negação do termo pode soar um pouco despropositada ou, pelo menos, exagerada. Afinal, quando se conhece a bagagem que certas expressões carregam, podemos tirar partido disso. Utilizá-las, desconstruí-las, é recurso proveitoso para o aprendizado e o debate.
     Certa vez, o professor Francisco Iglesias afirmou que considerava a palavra “inconfidência” “a nota mais viva da mitologia local”, defendendo assim sua permanência: “Além de ser palavra corrente, é carregada de sentido, de beleza fonética, plena de rebeldia e mistério”.

    Luciano Figueiredo é professor de História da UFF, editor da Revista de História da Biblioteca Nacional e autor de “Painel Histórico”, do livro A Poesia dos Inconfidentes, organizado por Domício Proença Filho. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

QUESTÕES DE ESTUDO SOBRE 
1ª GUERRA MUNDIAL E REVOLUÇÃO RUSSA 
9º  ANO A, B e C

Questões para serem respondidas no Ambiente Virtual de Aprendizagem.
1.  Explique com suas palavras, de forma clara e abrangente, como foi possível um fato isolado (atentado em Sarajevo), pode provocar o envolvimento de diversos países na Primeira Guerra Mundial.

2. Analise o esquema com atenção.
 
a) Que alianças estabelecidas antes da guerra estão representadas nas cores azul e vermelho?
b) Cite as principais mudanças que houve na composição dos dois blocos durante o conflito.
c) Que bloco, no decorrer do conflito, recebeu a adesão de um país de fora da Europa, que decidiu o resultado da guerra? Que país foi esse?

3. Por que na segunda fase da guerra (guerra de trincheiras ) houve um alto índice de mortalidade nos combates?

Orientações:
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